terça-feira, 23 de agosto de 2011

Resumo do livro : Pedagogia da autonomia – Saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire.



Capítulo I.

Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender, por isso não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não reduzem à condição de objeto, um do outro. O educador precisa se convencer de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção.
Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que a humanidade descobriu que era possível ensinar. E quanto mais criticamente se exerce a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a curiosidade epistemológica.

1.1 - Ensinar exige rigorosidade metódica.

O educador democrático deve reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua submissão. Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou conteúdo, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível.
Faz parte do papel do educador não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar certo. Evitando o ensino memorizado, que impossibilita os professores tornassem críticos. O educador que pensa certo deixa transparecer aos educandos de que uma das belezas de estar no mundo é a capacidade de intervir nele.

1.2 - Ensinar exige pesquisa.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. É necessário pesquisar para conhecer o desconhecido e anunciar a novidade. Pensar certo do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando.

1.3 – Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos.
Pensar certo coloca os professores e a escola no dever de respeitar os saberes dos educandos, sobretudo os das classes populares. O educador pode estabelecer uma relação entre os saberes curriculares e a experiência social que os alunos têm como indivíduos.

1.4 – Ensinar exige criticidade.
A curiosidade do senso comum ao criticizar-se torna-se curiosidade epistemológica. Muda qualidade, mas não de essência. A curiosidade faz parte do fenômeno vital

1.5 – Ensinar exige estética e ética.
A experiência educativa não deve ser transformada em puro treinamento técnico. Isso amesquinha o a há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador.

1.6 – Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo.
O professor precisa dar exemplo aos alunos. Ter um caráter ético que influencie beneficamente os educandos. Assim o educador estará pensando certo.

1.7 – Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
 O educador deve estar disponível a se arriscar ao novo e rejeitar qualquer tipo de descriminação. A prática da discriminação nega a democracia.

1.8 – Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática.
Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática do aprendizado. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.

1.9 – Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural
Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em relação uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se.

Capítulo II

As considerações ou reflexões até agora vêm sendo desdobramentos de um primeiro saber inicial apontado como necessário à formação docente. Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

2.1 – Ensinar exige consciência do inacabamento
O professor crítico é responsável, predisposto à mudança, à aceitação diferente. E como ser humano é inacabado porque está sempre em busca de conhecimentos. Também é necessário ao professor ser ético e capaz de intervir no mundo.

2.2 – Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
O educador deve ter consciência que é um ser inacabado e condicionado, porque assim, torna-se capaz de ir mais além. Quando se reconhece a inconclusão do saber o sujeito permanece num processo social de busca.

2.3 – Ensinar exige respeito à autonomia
O respeito à autonomia e a dignidade de cada um é uma necessidade ética, o professor que desrespeita a curiosidade do educando transgride os princípios éticos de nossa existência.

2.4 – Ensinar exige bom senso
O educando precisa sempre avaliar sua prática educativa. O exercício do bom senso se faz no corpo da curiosidade. Quanto mais pomos em prática de forma metódica a nossa capacidade de indagar nos tornamos mais curiosos e mais críticos fortalecendo o nosso bom senso.

2.5 – Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores.
A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente. O educando também deve cultivar a prática da humildade e da tolerância para poder respeitar a curiosidade do educando.

2.6 – Ensinar exige a apreensão da realidade
O educador precisa ter clareza em sua prática educativa. Como o saber é uma característica humana cada professor sempre está atualizado em prática docente.

2.7 – Ensinar exige alegria e esperança.

O envolvimento com a prática educativa jamais deve deixar de ser feito com alegria.
A uma relação entre alegria necessária à atividade educativa e esperança. Professor e aluno juntos podem aprender, ensinar e produzir resistindo aos obstáculos que atrapalham a alegria no ambiente escolar.

2.8 – Ensinar exige a convicção que a mudança é possível

No mundo o professor precisa constatar não para se adaptar e sim para mudar constatando ele se torna capaz de intervir na realidade, tarefa incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do que simplesmente a de nos adaptar a ela.

2.9 – Ensinar exige curiosidade

O professor deve saber que sem a curiosidade que o move, que o inquieta, que o insere na busca, não aprende nem ensina. Exercer a sua curiosidade de forma correta é um direito que temos e devemos lutar por ele. Estimular a pergunta, a reflexão crítica, em vez de encarar as dúvidas com passividade em face das explicações discursiva do professor.


CAPÍTULO 3 - Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à Prática


3. É a segurança que se expressa na firmeza com que atua e respeita a liberdade, que aceita rever-se de si mesma. Tendo segurança e autoridade a cada instante.

3.1. Segurança com que autoridade docente se move na sua competência profissional, o professor tem que levar a sério a sua formação formadora. A liberdade e a generosidade é uma qualidade indispensável na prática democrática do professor. Pois a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente no caráter formador do espaço pedagógico.

3.2. O professor tem que se por diante dos alunos revelar com facilidade ou relutância a sua maneira de ser e pensar politicamente. Pois deve haver uma aproximação cada vez maior entre o que se diz e que se faz, entre o que parece ser e o que realmente está sendo. Este é o ponto principal que professor deve trazer consigo.

3.3. Outro saber que o professor não pode duvidar é a prática-crítico de que a educação é uma forma de mudar o mundo dentro dos conhecimentos e conteúdos aprendidos, tanto como esforços de reprodução da ideologia dominante como no seu desmascaramento.

3.4. Para Paulo Freire a liberdade é importante porque sem ela a existência só tem valor e sentido na luta em favor dela. Quanto mais criticamente a liberdade assuma o limite necessário tanto mais autoridade tem ela, ou seja, a liberdade  amadurece  no confronto com outras liberdades.

3.5. Estas formas de intervenção com ênfase mais no aspecto do que noutro nos dividem em nossas opções em relação a cuja pureza que nem sempre somos leais. É interessante observar como há mais coerência entre os intelectuais autoritários, de direito ou esquerda, um deles respeita a curiosidade crítica nos educandos.

3.6. Também é importante os professores escutar pacientemente e criticamente o outro. Portanto o educador que escuta aprende a difícil lição de mudar o seu contexto.

3.7. A prática educativa do professor diz respeito a força, que nos adverte que a ideologia tem que ver diretamente com a ocultação dos fatos.

3.8. Como professor não devo poupar oportunidade de dialogar com alunos a segurança com que me comporto ao discutir um tema, ao analisar um fato, seja, governamental ou outros.

3.9. Neste texto o bem querer não significa que o professor tenha que selar o compromisso com os educandos de maneira igual e radical, é necessário descartar a falsa separação radical entre a seriedade e afetividade.  Enfim, o professor pode expressar a sua afetividade sem medo.

4 comentários:

  1. Que ótimo!!!
    Colocaram uma análise bem mais detalhada.
    Atividade computada.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada pelo resumo!
    Gostaria apenas de apontar que no item 1.1, onde se lê "O educador democrático deve reforçar [...] sua submissão." o correto seria "sua insubmissão".

    ResponderExcluir